Na semana que passou, fomos surpreendidos por algumas mensagens e vídeos publicados em redes sociais de alguns políticos e candidatos nas eleições florianopolitanas desse ano, tratando de questões de enorme importância para nossa categoria e sindicato. Lamentavelmente, as afirmações foram feitas sem qualquer contato, mesmo que telefônico, com nossa direção, numa consciente atitude cínica e desrespeitosa com nossa história de lutas e referências construídas, não só na região metropolitana de Florianópolis e no Estado de SC.
Ato contínuo, alguns militantes partidários e de entidades sindicais, estão buscando e trocando informações entre si, “prá saber o que está acontecendo”, como se não tivessem acesso livre e permanente a companheiros de nossa direção. Algo inimaginável para nós, até que os boatos dos últimos meses se concretizaram.
Querem saber o quê? Não seria mais fácil nos perguntar?
OPORTUNISMO SEMPRE PRESENTE
Estamos em plena campanha salarial 2024. Nos momentos de enfrentamentos mais agudos com o patronato, é comum em nossa história o aparecimento de oportunistas de nossa categoria, que levianamente questionamo trabalho sindical e buscam dividir a categoria, obviamente em benefício patronal. Como já dito, isso é histórico e essa prática sempre foi, até facilmente, derrotada pela unidade da categoria em torno do sindicato. Não é “obra do acaso” termos a melhor CCT do país em nosso segmento, que é fruto dessa unidade e muitas lutas.
A novidade desse ano é a “aliança desses oportunistas históricos com políticos oportunistas e suas candidaturas eleitoreiras”. Também surpreendente, é que esses irresponsáveis não advêm de posições ideológicas historicamente antagônicas às nossas. Pelo menos em seus discursos.
LAMENTAVELMENTE, SÓ QUATRO ANOS DEPOIS “DESCOBRIRAM” O ATAQUE QUE SOFREMOS DOS PATRÕES E DO PODER PÚBLICO
Em meados de março/2020 iniciaram-se as publicações de medidas “emergenciais” pelos governos federal, estadual e municiais de nossa região, relativas à Pandemia de Covid-19, sendo o transporte de pessoas umas das atividades econômicas mais afetada sem SC, único Estado da federação onde esse transporte foi totalmente paralisado. Em nenhum momento questionamos a correção destas medidas, no entanto, nos dedicamos inteiramente a buscar soluções junto ao Poder Público, aí incluídos governos, Ministério Público e Judiciário. Praticamente sem o menor êxito. Pelo contrário, aproveitando-se dos “Decretos emergenciais”, as prefeituras foram autorizando ações patronais que flexibilizaram legislações e até a nossa Convenção Coletiva, desde a flexibilização de direitos e autorização para o funcionamento de ônibus sem os cobradores.
De julho a dezembro de 2020, 56% da categoria foi demitida e a metade dos que mantiveram os empregos foram mantidos em casa com o contrato suspenso. Os valores das rescisões foram habilitados em ações de Recuperação Judicial, que cada uma das empresas foi obtendo judicialmente. Os planos de “recuperação”, com todo tipo de assédio e fraudes contra os trabalhadores, foram “aprovados judicialmente” com deságios variando de entre 50 e 60%, dos créditos trabalhistas, mesmo com a “irredutibilidade constitucional de salários”. Ainda assim, com parcelamentos de 12 a 24 meses para o pagamento.
Em acordos com a participação da Prefeitura Municipal de Florianópolis, que aportou recursos nas empresas, conseguimos reduzir parte dos deságios. Com isso, a empresa Transol pagou integralmente os valores rescisórios, sem entrar em RJ. A empresa Canasvieiras já concluiu o pagamento, com 40% de deságio. Na empresa Emflotur, há mais de um ano, foi firmado acordo para o pagamento das rescisões com deságio de 30%, tendo imóveis em garantia, porém, continuamos a mercê do judiciário autorizar a sua venda, mesmo com nossos recursos em tribunais superiores. Nas empresas Insular e Estrela, que conseguiram aprovação judicial de deságio de 60%, concluímos as negociações e, neste mês de maio, as empresas iniciaram o pagamento das rescisões, com deságio de 40%. Já a empresa Biguaçu, quitou grande parte destes valores e continua o pagamento das parcelas definidas judicialmente. Por fim, na empresa Jotur, já temos acordo formado e aguarda-se a homologação judicial.
Lembrando que estas negociações envolvem Administradores Judiciais, grupos de advogados de várias partes do país, um judiciário hostil aos nossos interesses e sob uma legislação totalmente favorável às empresas. E ocorreram enquanto reconstruíamos nosso sindicato, com muitos demitidos voltando ao trabalho e sem querer colocar em risco o retorno.
ASSIM, REAFIRMAMOS: É MENTIRA E LEVIANO O QUE FOI DIVULGADO
Essas poucas informações já denotam a leviandade e as mentiras propagadas, que “vendem a desinformação” como se fossem milhares de trabalhadores e nada tivesse sido pago e, principalmente, como se esses companheiros estivessem ABANDONADOS à própria sorte.
Da forma como está colocado nas redes sociais, é óbvia a pergunta: e o SINTRATURB? Nada fez?
O SINTRATURB está onde sempre esteve,na luta e sem abandonar nenhum trabalhador. O próprio oportunista da categoria, pseudo-líder de uma Associação sem representatividade alguma, que aparece ladeando estes candidatos oportunistas, é representado por DOIS ADVOGADOS disponibilizados pelo sindicato e que o defendem desde o primeiro dia após sua demissão, tanto na esfera trabalhista, quanto na esfera civil da Vara de falências e RJ do TJ-SC, assim como todos os demais trabalhadores que quiseram essa assistência, aliás, mesmo não sendo sócios do sindicato.
O oportunista “denunciante” e os demais trabalhadores deste grupo econômico (Estrela/Insular) representados pelo sindicato, são beneficiários de um recurso constante no Processo de Recuperação Judicial que, se mantida a decisão favorável que conseguimos no Tribunal de Justiça, garantirá o pagamento, para os que obtiveram o reconhecido pela Justiça do Trabalho das multas do art. 467 e 477 da CLT.
LUTAS DE RUA E A DEFESA INTRANSIGENTE DA CATEGORIA
Quando ocorreram as primeiras 160 demissões na empresa Biguaçu, em 07/07/2020, o transporte operava com apenas 25% de sua capacidade e 80% da categoria estava com contratos de trabalho suspensos.Imediatamente chamamos uma greve e montamos um acampamento em frente ao portão da empresa. Apenas 28 companheiros demitidos vieram pra luta e, praticamente, ninguém mais. A companheirada, claro que receosa, acreditou nas mentiras que diziam as empresas: “isso tudo será breve, garantiremos os empregos e pagaremos tudo”.
Nós denunciávamos a mentira patronal e dizíamos: “a Biguaçu é só o começo, em breve todas farão o mesmo se não lutarmos”. Infelizmente perdemos o debate e não estávamos errados. Em seguida veio a avalanche de demissões já mencionadas.
Após 06 dias de acampamento sem adesão, adotamos outras alternativas. Enquanto milhares e milhares de pessoas estavam em casa, inclusive esses políticos e militantes que nos questionam, nós fomos às ruas seguidamente, até meados de 2021,mesmo sem sabermos exatamente o que era “aquela doença”, sem vacinas e em meio à loucura de mentiras e negacionismo que se seguiu.É isso mesmo, fomos prás ruas.
Com distanciamento, fizemos duas assembleias no aterro da baía sul; fomos às ruas do centro de Florianópolis duas vezes; fizemos manifestações na frente da ALESC; nas câmaras de vereadores de Florianópolis, São José e Palhoça; duas caminhadas pela Beiramar-norte e acampamentos na porta da Casa da Agronômica, tentando a negociação. Porque lutamos, isolados e quase desesperadamente, até hoje temos dirigentes do SINTRATURB respondendo ações criminais por “descumprimento de medidas sanitárias”.
Não conseguiram saber disso?
Em que mundo viviam esses oportunistas de momento eleitoral?
APANHAMOS MUITO, MAS, NÃO FOMOS A NOCAUTE
O sindicato, obviamente deixou de descontar mensalidades e outras contribuições, ficando 12 meses sem NENHUMA receita. Com profundo pesar, tivemos que demitir os empregados da entidade, diminuímos valores pagos às assessorias e cortamos a ajuda de custo dos dirigentes liberados.Ainda assim,distribuímos milhares de cestas básicas para a categoria, inclusive, levando nas residências dos mais necessitados. E se não bastasse, os últimos recursos financeiros do sindicato foram destinados para pagar 150 mil reais em multas impostas pelo TRT-SC, que havia considerado abusivas nossas greves em anos anteriores.
Tudo isso foi publicado nas redes sociais do sindicato. Foram mais de 150 notas, vídeos e áudios. Depois, fomos “atacados por hordas de robôs digitais” e tivemos nossas páginas comprometidas,corrompidas, derrubadas e tivemos que desativá-las por bom tempo.
Alguns poucos sindicalistas que estavam juntos, criaram um grupo de WhatsApp: APOIO AO SINTRATURB, que realizou duas reuniões presenciais, com pouca participação, tendo várias publicações nas primeiras semanas e, depois, se desmobilizou. Não vamos citar nomes, até para não cometer alguma injustiça de esquecimento, mas, tivemos uma solidariedade ativa de alguns poucos companheiros e companheiras. Claro que nenhum deles está a divulgar mentiras e desrespeitar nossa luta em redes sociais. Pelo contrário, são testemunhas de nossos dramas e tristezas, assim como, de que nunca desistimos.
Tem candidato cara-de-pau que já teve mandato de vereador, por 04 anos, em momentos de grandes lutas e greves, mas, NUNCA apareceu em nada. Agora, as vésperas de eleições, “virou” defensor da categoria e se propôs a paralisar o transporte. Certamente não sabe como fazer. Daqui a pouco, deverá estar andando em ônibus pra gravar programas eleitoreiros. Esperamos que não se perca, pois, não deve conhecer como funcionam as linhas e horários.
E tem candidata à reeleição com mandato exatamente durante os últimos 04 anos. Em, pelo menos, cinco oportunidades essa situação dos trabalhadores do transporte foi discutida no âmbito da Câmara de Vereadores de Florianópolis. Não temos registro de que tenha se pronunciado. Mas, agora, também “conseguiu descobrir” um pouco do que vivenciamos diariamente em todo esse período.
E, infelizmente, tem outros oportunistas eleitoreiros, uns ilustres desconhecidos, que assim permanecerão, diante de sua pequenez política. E alguns dirigentes sindicais que tem o cinismo de nos chamar de companheiros.
ALGO A VER, TAMBÉM, COM A ELEIÇÃO NO SINDICATO????
Neste ano, também tem eleição sindical. E tem alguns poucos oportunistas patronais organizando uma chapa de oposição à atual direção. Pois bem, já replicaram em suas redes sociais as publicações dos políticos oportunistas. Seria “mera coincidência”??????
Não passarão, porque a verdade prevalecerá e não se constrói sindicato de luta, democracia e governo popular com mentiras, traição e leviandades.
SINTRATURB: SINDICATO DE LUTAS, COMO SEMPRE FOI
Comments